A palavra marketing, se pensada em seu significado, pode ser entendida como algo próximo à “mercadologia”. Seria o conjunto de ações e estratégias por meio das quais uma empresa se relaciona com o mercado em que está inserida, sempre com base nos quatro pilares: produto, distribuição, promoção de vendas e preço. O marketing, portanto, trabalha nessas quatro frentes, elaborando ações que visem ao aumento das vendas, prospecção e fidelização de clientes, valorização da imagem da marca, construção de uma nova imagem e diversos outros objetivos relacionados ao crescimento do negócio e sua consolidação.
Philip Kotler, um dos profissionais mais consagrados dessa área, apresentou a seguinte e interessante definição: “marketing é a ciência e a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer às necessidades de um mercado-alvo com lucro. Marketing identifica necessidades e desejos não realizados. Ele define, mede e quantifica o tamanho do mercado identificado e o potencial de lucro. Ele aponta quais os segmentos que a empresa é capaz de servir melhor e que projeta e promove os produtos e serviços adequados”. Esse é considerado um conceito bem abrangente e satisfatório para falar sobre marketing.
O marketing é um conjunto de estratégias e táticas que, em suma, buscam agregar valor à marca, produto ou serviço, gerando um interesse para o consumidor em torno daquilo. A ideia é sempre oferecer o maior número de benefícios (sejam eles tangíveis ou não) pelo menor custo (lembrando que por custo entende-se não apenas o valor gasto, mas também o tempo e a energia para se ter aquele bem).
Desde que o marketing entrou em pauta no meio dos empreendedores, ele passou por diversas fases e tendências. Isso é completamente natural, afinal, o mercado é muito dinâmico e está em constante transformação, de modo que esse conjunto de estratégias acaba acompanhando. Uma forma de pensar o marketing que fazia todo o sentido no início do século XX, por exemplo, já não cabe mais para os dias de hoje. O mercado mudou, seus consumidores também, as exigências então, nem se fala.
Hoje em dia, não existe uma verdade absoluta quando o assunto é marketing. O conceito se expandiu bastante e cada empresa adota as estratégias que acredita fazerem mais sentido de acordo com as suas necessidades. Mas não há como negar que um tipo de marketing, que difere do tradicional, está em destaque: o Inbound. Compreenda-o a seguir, desde o seu conceito até as suas aplicações e vantagens.
O que é o Inbound Marketing?
A pergunta não é apenas o que é, mas também, em que ele difere do marketing tradicional e por que é uma tendência atual. A ideia central do Inbound Marketing é que as estratégias devem ser pensadas para ganhar o interesse do público, e não comprá-lo ou tentar forçar um comportamento de compra. Os profissionais e pensadores adeptos dessa nova perspectiva acreditam que atrair a atenção das pessoas por meio da elaboração de um conteúdo de qualidade pode ser mais eficiente do que simplesmente expor um produto ou serviço (por mais interessante que seja essa exposição!).
Esse novo marketing, portanto, tem as seguintes características centrais:
- O interesse das pessoas por um produto ou serviço não pode ser comprado, mas sim, conquistado. O público está cada vez mais inteligente (enquanto consumidor) e com mais opções. Sendo assim, uma mera propaganda já não é mais suficiente para despertar o desejo de compra.
- É baseado em uma comunicação interativa, ou seja, o público pode (e vai) dar um retorno daquilo que está recebendo porque a internet vai lhe oferecer essa possibilidade. Enquanto as estratégias mais antigas de marketing eram baseadas em meios de comunicação unilaterais, o Inbound Marketing tem como premissa fundamental essa troca que acontece no meio online.
- Ao aplicar o Inbound Marketing, os clientes (existentes ou em potencial) irão chegar até a empresa por si mesmos, pesquisando na internet, localizando o site ou as redes sociais. E como eles farão esse caminho? É simples: você estará oferecendo um conteúdo relevante relacionado ao seu produto ou serviço, então, quando a pessoa for pesquisar sobre o assunto, você irá aparecer como referência!
- A empresa não quer apenas vender no Inbound Marketing (ainda que esse seja o objetivo final), ela vai tentar levar informações de qualidade ao público, buscando educá-lo de alguma forma, mostrando algo que seja novo para ele, ainda que na forma de entretenimento.
É muito importante ressaltar o fato de que o Inbound Marketing é típico do ambiente digital, porque isso significa que a partir do e-mail que a estratégia é lançada, a empresa não tem mais controle sobre ela. O público é que dará o seu destino, repercutindo de forma positiva ou negativa. Essa é mais uma liberdade que a internet garante! Se, por exemplo, dois dias depois que a nova estratégia foi divulgada, o anunciante percebe que ela não é boa, não há mais como “capturá-la”, evitando que as pessoas vejam, porque já estará em smartphones, timelines pessoais e outros espaços que o empresário não pode acessar.
Como colocar o Inbound Marketing em prática?
Não basta saber que é necessário ganhar a atenção da forma mais espontânea possível, o “como” é essencial. Observe a seguir os pontos que devem ser pensados na elaboração:
- Público-alvo bem determinado
Se a ideia é que o público lhe encontre, é preciso usar um bom “chamariz”. Dificilmente uma ação abrangente demais, que tente agradar a todos, vai surtir efeito no Inbound Marketing. Quanto mais você conhecer do seu público, mais saberá o que pode atraí-lo, por isso, a segmentação de mercado é bem interessante nessa nova tendência.
E não se limite a segmentar por faixa etária e sexo. Procure definir a qual classe socioeconômica pertence o seu público-alvo, em qual fase da vida se encontra (isso diz mais que a idade, por exemplo: entrando na universidade, se casando, tendo um filho, saindo da casa dos pais…), onde vive, como se comporta, como gasta o seu tempo livre, entre outros. É claro que para determinar tudo isso, será necessário investir em pesquisa, mas é um bom investimento.
A partir do momento em que você conhecer profundamente quem é a persona que está tentando atrair, tudo ficará muito mais fácil! A personalização é a chave!
- Plataforma correta
Você irá publicar o seu conteúdo em forma de post no Facebook ou usará a rede apenas para conduzir os internautas para o seu site? Ou ao invés de um site vai preferir ter um blog? De nada adianta ter uma ação incrível de Inbound Marketing e desperdiçá-la no lugar errado, será como jogá-la no lixo. E como saber qual é a plataforma correta? Voltamos ao tópico anterior! Você precisa saber onde estão as pessoas que você quer atingir.
- Momento correto
Lançando a sua estratégia não apenas no lugar certo, mas na hora exata, não correrá o risco de perder um possível cliente por ser invasivo demais e nem por não ter sido visto. Se estiver usando as redes sociais, aproveite os recursos que mostram quais são os horários de maior acesso e tente se programar de acordo com isso.
Quais os benefícios do Inbound Marketing?
- Fidelização
Se você mostra para os seus clientes que é capaz de disponibilizar informação de qualidade, eles vão voltar ao seu site/blog/rede social depois da compra, para ter acesso a esse conteúdo. É uma excelente forma de gerar a fidelização, ou seja, uma relação contínua entre a empresa e o cliente, até chegar ao ponto em que ele se lembre da sua marca automaticamente ao pensar no seu produto ou serviço. Esse é o patamar ao qual qualquer empresa deseja chegar.
- Credibilidade
Ao investir na produção de conteúdo, o fornecedor está mostrando que realmente entende do seu produto ou serviço, conhece as suas características, aplicações e como ele pode fazer a diferença na rotina e na vida do cliente. Esse conhecimento acaba se traduzindo em confiança para o consumidor, que vai sempre priorizar uma empresa que sabe o que está fazendo ao invés de investir o seu dinheiro em qualquer fornecedor.
- Perenidade
Diferente das campanhas de marketing tradicional, as ações de Inbound Marketing não têm prazo de validade. Tendo em vista que elas são baseadas em conteúdo, podem ser encontradas e acessadas pelos internautas a qualquer momento. Mesmo que uma publicação tenha sido feita há meses, ela pode continuar gerando leads.
- Abreviação do ciclo de venda
O cliente que chegar até você por meio do Inbound Marketing já estará conhecendo o seu produto ou serviço, afinal, ele soube da sua empresa ao ler o que você publicou enquanto pesquisava sobre o assunto. Dessa forma, não será necessário investir em outras formas de apresentação do bem para o público e os vendedores também economizam tempo por não precisarem fazer isso, vão direto para o esclarecimento de dúvidas. Isso sem contar com o fato de que sempre que entrar um novo colaborador para a sua empresa você já terá um vasto material para passar para ele a fim de que conheça o produto/serviço. Isso reduz custos de treinamento.
Inbound Marketing e posicionamento nos buscadores
Os sites de busca (como Google, Yahoo, Bing e outros) são amplamente utilizados pelas pessoas que querem pesquisar algo. No Brasil, o Google responde por mais de 90% dessas buscas, portanto, estar bem posicionado nele é fundamental para ter bons resultados.
Mas o que significa, de fato, estar bem posicionado? Estima-se que aproximadamente 80% das pessoas não chegam nem na segunda página do buscador quando estão procurando algo, e isso significa que elas se concentram nos dez primeiros links que aparecem. Dentre eles, os três primeiros é que conquistam o maior número de acessos.
Logo, se você quer que as suas estratégias de Inbound Marketing funcionem, é necessário estar entre os dez melhores colocados, preferencialmente entre os três, porque isso aumentará (e muito!) a quantidade de acessos. Supondo que você venda produtos cosméticos, quando alguém for pesquisar sobre o assunto no Google, a sua página tem que aparecer logo de cara, para que o internauta clique e acabe conhecendo os seus produtos.
Não existe um manual exato de como ficar bem colocado no Google ou nos outros buscadores, visto que eles não revelam exatamente quais são os pontos considerados. Mas, com base em estudos de tentativa e erro, algumas estratégias foram descobertas. Adote-as se quiser um bom rankeamento:
- Palavras-chave
Selecione palavras que reflitam o seu negócio. Pense nos termos que o internauta irá utilizar para pesquisar algo relacionado ao seu produto ou serviço. Essas palavras devem aparecer nos textos (sem exageros para não comprometer a leitura), no título do site, na URL, nos títulos das postagens. Ao trabalhar as palavras-chave em títulos, elas devem estar nos primeiros 70 caracteres, que são os que aparecem nos buscadores.
- Domínio próprio
Não deixe de ter um site com um domínio próprio da sua empresa. Isso irá exigir um investimento (o valor é realmente acessível), mas que terá um retorno. Além de melhorar o posicionamento nos buscadores, o domínio próprio também dá ao site um aspecto maior de profissionalismo e credibilidade.
- Edite as URLs
Sempre que você criar uma nova página de conteúdo em seu site, a URL será estabelecida automaticamente. No entanto, será cheia de números e de símbolos que não têm relevância alguma para os motores de busca. Por isso, vá à descrição da página e edite a URL, aposte em até quatro termos de profundidade e procure inserir uma palavra-chave ali.
- Links internos
Quando possível, em um texto insira um link que vai conduzir o leitor para outra página do seu próprio site. Esse elemento é considerado pelos buscadores.
- Links externos
São os links que conduzem o usuário para outro site. É importante ter links que saem do seu site e que entram nele também. Procure fazer essas conexões com páginas que sejam relevantes e que ofereçam um conteúdo complementar ao seu.
O Inbound Marketing é o presente e o futuro do marketing digital, portanto, não tenha dúvidas de que investir nessa estratégia vai fazer muito pelos seus negócios, valorizando a sua empresa, conquistando mais clientes e, acima de tudo, fidelizando o seu público.